domingo, 31 de maio de 2015

Feliz Dia Mundial da Criança!

Porque elas merecem ser felizes, não só este dia como todos os outros dias do ano; porque merecem ter uma família que as ame e não as maltrate; porque merecem ter uma casa onde se sintam bem; porque merecem ir à escola e serem tratadas como crianças, e não como objetos ou escravas!
Num mundo que cada vez está mais "podre", onde os mal tratos a crianças são notícias constantes nos noticiários, vindos da maior parte das vezes, da parte das famílias, daquelas que deveriam ser o seu porto seguro, que deveriam dar-lhes amor e motivos para sorrir...mas elas infelizmente não podem escolher as suas famílias!
Assim, neste dia, presto homenagem a todas as crianças, que vivem em lares felizes, mas principalmente às que estão em risco. Porque vocês são o o futuro de amanhã, um bem haja a todas as crianças do mundo!

Dia Mundial da Criança...

O Dia Mundial da Criança está a chegar... Já têm tudo preparado para um dia de diversão e alegria com as vossas crianças?

"Diário de uma criança à beira do nervoso miudinho!"

Tive conhecimento deste belo artigo do Eduardo Sá, há uns anos atrás, numa das revistas dos Educadores de Infância (que eu comprava religiosamente todos os meses). Foi dos primeiros artigos, deste senhor, 
que tomei contato,e a partir daí fiquei "fã" dele!
Mais um artigo que vale a pena ler, pois é um artigo, onde se tenta entender o ponto de vista não dos adultos, mas sim das crianças!
"Os pais não servem como despertador. Adormecem de manhã, como todos nós, mas, ao mesmo tempo que levantam a persiana e nos chamam «Meu querido» e coisas assim, querem que, entre a cara lavada e os cereais despachados, façamos dos 0 aos 100 em poucos... minutos.
Entretanto, como convém às pessoas ponderadas, e paramos de nos vestir para pensarmos na vida, eles sofrem de hiperatividade e, em jeito de ameaça, gritam qualquer coisa do género: «Eu juro que me vou embora, e deixo-te aqui!» (que era tudo o que eu mais queria!).
Os pais servem, também, para nos tirar a boa-disposição, antes do trabalho. Enquanto só não chamam «boas pessoas» a todos os senhores automobilistas que, segundo eles, estavam bem era dormir, ouvem (de meia em meia hora!) as mesmas notícias, atendem o telefone, olham 30 vezes para o relógio, melindram-se com a nossa cara de segunda-feira e, sempre que dizem, com voz de pateta: «Quem é o meu tesouro, quem é?», quem faz as contra-ordenações perigosas somos nós!
Os pais servem para imaginar que todas as crianças, ao chegarem à escola, são campeãs de felicidade.
E que nunca nos apetece mandar a nossa professora para a... biblioteca, de castigo, enquanto ela pensa se não será feio mentir (sempre que grita connosco, quando garante, aos nossos pais, que é só doçuras e meiguices...).
Os pais servem, também, para nos ir buscar à escola. E nisso escapam! Mas, independentemente de nos apetecer limpar o pó ao mundo, perguntam (todos os dias!): «Correu bem a escola? e O que foi o almoço?», com tantos pormenores, e no meio de tanta inquietação, que nos provocam brancas e nos levam ao stresse.
Os pais servem para nos deixar nos tempos livres. E, quando pensávamos que podíamos brincar à vontade, (ou não são os tempos... livres?) descobrimos que eles só podem ter sido levados ao engano porque, afinal, nos obrigam a estar, mais uma vez, quietos e calados. E, pior, quando estamos prontos a pedir o livro de reclamações, ora nos castigam com trabalhos de casa ora nos põem, sentadinhos, a ver os mesmos desenhos animados tantas vezes, que nós achamos que isso deve servir para aprendermos a contar até... 
100.
Mas os pais servem, também, para trabalhar para a nossa formação desportiva e para o lazer. Quando chegamos à natação, gritam quando não nos queremos despir ali, à frente de toda a gente. Acham que não podemos brincar nem nos balneários nem na piscina. E gritam, outra vez, quando insistimos que os avós e os acompanhantes das outras crianças não deviam saber em que preparos viemos ao mundo.
Os pais servem, também, para zurzir no nosso lado bem-disposto, quando (de regresso ao carro) nos mandam cumprimentar a prima Maria da Glória que, em vez de nos dizer «Olá», delicadamente e com maneiras, nos esborracha contra ela e nos lambuza e, enquanto nos despenteia, duma ponta à outra, nos ofende, de cada vez que diz: «Ai, meu filho, o teu rapaz está tão crescido!....» (Meu filho?... Mas o pai bateu com a cabeça? Então, maltratam-lhe o filho, em vez de lhe darem um beijo transformam-no em algodão doce, e ele, ainda por cima, sorri e agradece?...)
Quando, finalmente, entramos em casa e estamos prontos para descansar, os pais servem para nos dizer, contra todas as nossas expectativas: «Primeiro, fazes os trabalhos de casa. Só depois brincas».
E servem para azedar a nossa boa disposição quando, logo a seguir, tratam, como se fosse contrafação, os pacotes de leite, as embalagens de bolachas e as caixinhas com os presentes da Happy Meal que, carinhosamente, tínhamos a dormir ao pé de nós.
Os pais servem para escandalizar, todos os dias, a nossa paciência, ao jantar. Começam por nunca respeitar o nosso: «Já vou!». Vendem-se à publicidade enganosa de cada vez que acham que a sopa de cenoura «faz os olhos bonitos». Servem-nos ervilhas e, carinhosamente (como quem não está muito seguro do produto
que promove), chamam-lhe «bolinhas».
E nunca se cansam de nos dizer que a fruta faz bem!
E, quando o dia não pára de nos surpreender, os pais servem para dizer, todos os dias: «A partir de hoje... tu vais ver!».
E, sempre que estão chateados com o trabalho, para reclamar. Assim: «Ah queres fazer uma birra? Pois vamos ver quem faz a birra maior!...»
E, quando querem quebrar a monotonia dos nossos dias, os pais, servem para pronunciar com alma cada palavra, quando nos estragam com meiguices: «Qualquer dia... eu emigro! Para muito longe! E quero ver como é que vocês se safam!».
Com dias assim, em que o pai e a mãe fazem de Capitão Gancho, quem não se rende à canseira e adormece antes do fim de cada história? E quem é que não cede ao nervoso miudinho e não acorda, a meio da noite, com os nervos em franja? E quem é que não ficaria desolado, no meio de toda a energia renovável que eles têm, quando perguntam com quem estávamos a sonhar (e nós, não podendo dizer que era com eles), respondemos que temos medo é... do Papão!
Nós gostamos dos pais. Desconfiamos que eles imaginam que passam pouco tempo connosco mas, se for para isto, não temos coragem para os contrariar. Afinal, nós sabemos que todas as pessoas de coração grande têm a cabeça quente.
E nunca pomos em dúvida que só o amor importa. Só não entendemos porque é que os pais tenham de ser esta canseira!
E achamos que, desta maneira, eles nos fazem nervoso miudinho".

sábado, 30 de maio de 2015

"É preciso ser um bocadinho estranho para se ser professor!"

E palavras para quê? Este Senhor põe tudo claro, como a água! Numa síntese, ser Professor/Educador é exatamente isto!





quarta-feira, 27 de maio de 2015

Semana Mundial do Brincar!

Porque "brincar é tão importante como respirar"... pais e profissionais de educação -  vamos deixar as nossas crianças brincarem!




"Estamos a educar adultos responsáveis ou zombies digitais?"

Sobre a temática das novas tecnologias, incluindo o tablet, que já falei num dos primeiros posts (e que quem quiser pode reler aqui http://educacaoprecisa-se13.blogspot.pt/2015/03/ora-comecemos-por-falar-sobre-um-objeto.html ) apresento um outro artigo cujo titulo é bastante sugestivo _ "Estamos a educar adultos responsáveis ou zombies digitais?", em que nos fala não só dos meninos agarrados ao tablet, para não chatearem os papás, mas também dos papás a darem o mau exemplo aos filhos, estando à mesa e cada um agarrado ao seu telemóvel, não existindo diálogo entre todos.
Este cenário casa vez é  mais frequente. Basta observarmos um pouco à nossa volta e num café ou restaurante vemos famílias inteiras sentadas à mesa, sem conversarem umas com as outras.
Considero que as novas tecnologias são importantes e é bom estarmos "atualizados informaticamente" mas fazer disso um vicio e trocar momentos em família por um tablet, telemóvel ou PC já acho demais, bem demais!!
Aqui fica o artigo:
"À mesa de um restaurante uma família. O pai tem os olhos postos na televisão, onde passa o resumo do futebol. A mãe está ao telemóvel a ver o Facebook. E as crianças no tablet, para estarem quietas. A imagem, que pode ser vista em qualquer ponto do país, foi usada por Eduardo Sá, psicólogo, para criticar o uso das tecnologias como “artefactos que se põem nas mãos das crianças para as sossegar”. 
Autor de vários livros sobre psicologia infantil, Eduardo Sá foi um dos oradores do Congresso de Educação 2014. Sob o tema “Que crianças estamos hoje a educar: adultos responsáveis ou zombies digitais?”, a Porto Editora reuniu especialistas nas áreas da pediatria, psicologia e pedagogia num debate dirigido a educadores e professores, realizado este sábado [23 de maio] no Porto. 
“Dispensar a companhia do José Rodrigues dos Santos à mesa” pode ser o primeiro passo para um retorno à conversa durante os jantares em família, salienta Eduardo Sá, lembrando que “as pessoas vão continuar a ser mais importantes que as tecnologias”. E chamando a atenção para a necessidade de dar a conhecer às crianças outras realidades que não passam pelos ecrãs.
Hugo Rodrigues, pediatra, partilhou com a assistência situações reais passadas nas suas consultas sobre crianças e jovens com problemas comportamentais causados por dependência da Internet. A necessidade crescente de “doses mais elevadas de Internet”, sentir ansiedade quando não se está online, pensar em estar desconetado por determinado período de tempo e não conseguir. São sintomas de uma importância exagerada da Internet na vida da criança ou jovem aos quais é preciso prestar atenção, estar alerta. 
Em Portugal, a dependência da Internet está num patamar onde ainda é possível atuar de forma preventiva, tranquiliza o pediatra. Países como o Japão têm problemas sérios a este nível. E, nos EUA, o fenómeno foi incluído no rol de doenças do foro psicológico que constam do Manual para Diagnosticar Doenças Mentais, que serve de guia para todos os médicos do mundo.
Em relação aos jogos online, Hugo Rodrigues deu exemplos sobre o tipo de relação que os jovens estabelecem entre eles, neste contexto virtual. “Como os jogos acontecem em tempo real, se o jogador não for naquela hora pôr os seus exércitos a treinar, está a desiludir os seus amigos que podem ser atacados e não se conseguir defender.” Por outro lado, alertou o pediatra, as redes sociais dão aos jovens a “falsa segurança” da amizade. “Já é meu amigo no Facebook há dois anos, por isso, conheço-o muito bem.”   
Ansiedade, depressão, sono, hiperatividade, défice de atenção e isolamento, são outras das consequências de quem passa horas consecutivas e até madrugadas sem dormir em frente aos ecrãs. A par, contam-se algumas doenças físicas, como a obesidade, epilepsia ou as tendinites no polegar que no Japão já merecem tratamento em clínicas da especialidade. Mas antes que os adultos comecem a tirar os portáteis, os tablets e os smartphones aos mais pequenos, Hugo Rodrigues recomenda uma espécie de “mea culpa”: “Todos usamos telemóveis, sentimo-nos despidos sem eles, mas achamos mal que os adolescentes estejam sempre conetados.”  
Magda Dias, especialista na área da parentalidade concorda que os pais são responsáveis pelo uso que as crianças e os jovens fazem da tecnologia. “Passamos os tablets para as suas mãos, para estarem sossegados, mas depois fazemos da Internet o bicho-papão.” Antes de mais, recomenda a autora do blog “Mum’s the boss”, cabe aos adultos dar o exemplo. 
Como? É preciso começar por não ver o email do trabalho durante as férias. E acabar com as entidades empregadoras a permitir às mães e aos pais uma “redução de horário e de salário dignos para que eles possam ir buscar as crianças” às creches e escolas. “As empresas têm de reduzir horários às mães, não é pô-las a não comer à hora do almoço para saírem mais cedo.” 
Renato Paiva, pedagogo, pegou no tema do congresso para frisar que não são apenas as crianças que são zombies digitais. Entre os adultos paira a ideia de que “se existe está no Google, se aconteceu está no Youtube”. Renato Paiva acredita ainda que os alunos prestam menos atenção ao que é dito na sala quando sabem que “a professora põe o PowerPoint no moodle”. Mesmo assim, “a questão não é apenas a tecnologia, mas o uso que fazemos dela”, conclui."

Artigo retirado daqui: http://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=37722&langid=1

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ainda sobre a importância de brincar...


E porque uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui fica uma imagem elucidativa, para todos refletirmos, sobre a importância de brincar, temática que foi aqui abordada recentemente!
Lanço então a questão: O que será mais importante, saber brincar ou saber duas línguas estrangeiras, tocar dois instrumentos musicais e estar integrado em mais umas atividades extra curriculares?



sábado, 23 de maio de 2015

Para refletirmos todos um bocadinho...



...porque hoje em dia um pai já não tem autoridade para dar uma palmada, em público, ao seu filho, senão tem logo a CPCJ à perna, eu mais uma vez questiono-me: QUAL O FUTURO DA EDUCAÇÃO?
Uns casos é porque os pais não conseguem incutir regras nos filhos, noutros é porque quando lhes tentam incutir, são chamados à atenção! É preciso alertar que, com estes dois atos distintos, estamos a criar gerações de pequenos delinquentes!

"Antes de ler e escrever há muito para fazer!"

Quantos Educadores já não tiveram no Pré-Escolar, mais propriamente em salas de 5 anos pais a exigir que os seus filhos aprendam a ler e escrever para irem "melhor preparados" para o 1º Ciclo? Eu já tive! E tive que lhes explicar que não ia ensinar os filhos a lerem. Ensinar-lhes a escrever o nome, pequenas palavras e a data, assim a título de curiosidade sim. Mas grandes frases e ensinar a ler isso para mim está fora de questão; pois há um tempo para tudo, e no Pré-Escolar ainda é cedo para isso! As crianças necessitam de brincar e é através da brincadeira e do jogo simbólico que adquirem as principais aprendizagens e competências para a vida futura. "Brincar é tão importante como respirar!"
Relativamente a esta temática, deixo-vos um artigo bastante interessante! É um pouco extenso, mas sublinhei as partes mais importantes, que importam reter!

"Há muito para fazer e descobrir antes de ler, escrever e somar, considera Rita Castanheira Alves, psicóloga clínica especializada na área infantil e juvenil e de aconselhamento parental. Antes de entrar no 1.º ciclo, há competências a desenvolver e a estimular nas crianças. “Nos jardins de infância seguem-se diretrizes e planos normativos, mas há muito espaço para abordagens e perspetivas diferentes. Em casa, há pais que estimulam desde cedo umas competências em detrimento de outras”. Há muito para descobrir desde a nascença até à matrícula no 1.º ciclo. “Dar os primeiros passos no desafio de descobrir quem é, no aprender a ser pessoa, a distinguir-se dos outros, a criar uma individualidade, a sentir-se gostada e a saber gostar”, especifica.
(...)Rita Castanheira Alves considera que (...) Esta fase é essencial para os pais e educadores ‘trabalharem’, de forma natural, no dia a dia, em brincadeiras e nas rotinas com a criança, a tolerância à frustração, a auto estima, a autoconfiança, a persistência, a solidariedade, a partilha, os limites e o saber errar e sem nunca esquecer, a literacia emocional, dando-lhes a possibilidade de conseguirem identificar em si, nos outros, expressar e regular as emoções, competência transversal para todas as aprendizagens que se seguem, seja na educação formal ou na vida além escola.
Antes de se sentar na cadeira da escola, a criança dá os primeiros passos na autonomia e independência para que, desde cedo e de forma natural, se sinta segura, capaz de gerir os desafios que surgirão a qualquer momento. Na escola também. “Uma criança feliz, tranquila, competente pessoal, social e emocionalmente terá maior probabilidade de ter sucesso académico e estar preparada para os desafios mais formais da educação, porque serão também crianças mais motivadas intrinsecamente.
Nesta fase, é importante (...) ajudá-la a saber errar, porque na escola irá errar para aprender. Como tal, saber acima de tudo errar, confrontar-se com o erro e com a nova tentativa e saber que isso faz parte da aprendizagem de todos nós, até dos pais.
Nos primeiros anos de vida (...) É tempo de contatar com outras crianças, jovens, adultos, desenvolver a socialização, saber estar e partilhar, ouvir e conversar. É tempo de brincar com meninos e com meninas, com bonecas, carrinhos, animais ou puzzles. “Nesta fase, a brincadeira com a criança é o maior motor de desenvolvimento de todas estas capacidades essenciais para o que se segue.” A brincadeira é um meio para tornar as aprendizagens naturais, descontraídas, fáceis, e eficazes, e ainda criar vínculos afetivos com a criança. 
A criatividade e a imaginação também têm um papel importante (...) “A criatividade é fundamental para a preparação da criança para a fase das aprendizagens escolares.
(...) Saber escrever o nome, decorar letras, contar até 20 sem enganos poderá vir noutro tempo, quando o 1.º ciclo chegar. Rita Castanheira Alves considera que há muito para fazer antes disso. “Ou se calhar, com o foco e investimento nestas competências pessoais, sociais e emocionais, gradualmente e antes do 1.º ciclo, a vontade da criança em saber o seu nome, em aprender a contar e a mostrar sinais de que está preparada para a aprendizagem escolar aparecerá espontaneamente”.
Até aos 6 anos (...) Desenvolvimento e aprendizagem andam de mãos dadas. As relações e interações que os mais pequenos estabelecem entre si e com os adultos, as experiências proporcionam novas aprendizagens, tudo isso contribui para o desenvolvimento.
(...) A criança cresce, aprende, desenvolve-se através de interações que estabelece com as pessoas que a amam, que cuidam dela, que lhe dão segurança, que estão atentas às suas características e que a desafiam. “De facto, o processo de educação da criança ocorre num continuum entre os contextos de educação não formal e os contextos de educação formal, entre os quais se destaca e família e os contextos de educação de infância”, refere Cristina Parente. 
(...) “Brincar é muito importante em todas as fases da vida, mas nesta fase é fundamental. Para a criança é como respirar”, garante. A socialização também tem uma palavra a dizer. “É com o grupo de pares, com outras crianças, que criam e recriam as culturas da infância”. “É fundamental conversar com os filhos e garantir uma instituição de pré-escolar que valorize o brincar e o diálogo”.
Os pais devem (...) saber respeitar os tempos e os ritmos das crianças e compreender que brincar garante equilíbrio e bem-estar. Há um erro que convém evitar: há pais e encarregados de educação que procuram no pré-escolar conteúdos do primeiro ano do 1.º ciclo. “A escola é muito importante e é por isso mesmo que antes de entrar para o 1.º ciclo do Ensino Básico, mas também durante, o mais importante é criar condições para que as crianças brinquem”
(...)Brincar é, afinal de contas, um direito. “O brincar e as brincadeiras, enquanto manifestações coletivas, ajudam a criança a desenvolver relações sociais com o seu grupo de pares e com os adultos.
Retirado daqui http://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=37163&langid=1

domingo, 10 de maio de 2015

As crianças precisam de regras...

Das coisas mais fundamentais que as crianças precisam é de regras... Sem elas, não conseguem aprender a viver harmoniosamente em sociedade. Quanto a cumprir regras, elas testam incessantemente pais e profissionais de educação, pelo que cabe a estes não cederem,mantendo a sua palavra até ao fim. Para além disso,é necessário mostrar às crianças que não podem ter tudo na vida, pelo que os adultos não deverão ceder a todos os seus caprichos _ a isto chama-se Educar!
Aqui fica um excerto de um artigo que fala sobre isso mesmo:
« A transgressão da regra pela criança seguida pela insistência dos pais é difícil mesmo. Depois de passar por um dia exaustivo, ter que repetir a mesma coisa para a criança pela oitava vez não é nada fácil! E ainda por cima dá aquela insegurança normal que assola pais e mães: ‘será que estou educando certo?’. Infelizmente a resposta não é das mais animadoras. Com anos de experiência com o tema – dez na direção do colégio –, Marcelo é assertivo: não existe uma fórmula certa. “Eu posso até falar aos pais o que eles não devem fazer, mas afirmar o que fazer na hora da educação dos filhos seria bastante injusto. Cada caso é um caso, não podemos generalizar”. Para o educador o caminho a seguir é da coerência.
Ele explica que a visão do mundo pela criança é absolutamente diferente da nossa a começar pelo fato de que elas querem tudo para já. “Quando eles batem o pé repetidamente pedindo algo eles estão sendo crianças em sua essência, então os pais devem intervir e mostrar que eles não podem ter tudo”.
A tarefa não é fácil e para ajudar os pais a driblar essa necessidade da criança e mostrar para elas quais são as regras Marcelo dá a dica dos 5 pontos que devem ser ensinados:
  • Planejar
  • Antecipar
  • Compartilhar suas emoções e sentimentos
  • Fazer uma rotina
  • Questionar
“Educar é uma tarefa muito solitária, porque não tem uma fórmula nem algo que funcione da mesma forma com várias pessoas, mas é importante. Se os pais não se ocuparem dessa tarefa, mais tarde a sociedade o fará e isso será bem mais custoso”.»
Artigo retirado de:   http://www.paisefilhos.com.br

sábado, 9 de maio de 2015

As crianças precisam de aprender a falhar...

Deixo este artigo bastante interessante, do psicanalista Jean-Pierre Lebrun. Poderá ser um pouco extenso mas é interessante, e sublinhei as frases de maior destaque.
Este psicanalista fala-nos de como o papel dos pais tem-se vindo a alterar, nos últimos anos, uma vez que hoje em dia estes não conseguem "pôr rédeas" aos filhos, não conseguindo manter-se firmes para com estes. Do meu ponto de vista, "apaparica-se" demasiado as crianças, em determinadas situações, pelo que estas não estão preparadas para enfrentar o mundo. E muito menos preparação têm para superar a frustração de falhar/perder. O mundo não é só feito de vitórias, existem muitos momentos que se perde, pelo que temos de assumir e conviver com a falha. Ora se as criancinhas vivem no mundo encantado, construído por elas, e com a aprovação dos pais, à primeira falha, poderão cometer asneiras, tornando-se jovens revoltados com tudo e todos.
À que deixar as crianças falhar, para que percebam que o mundo não é "cor de rosa" e também para que aprendam a lutar, percebendo que nada "cai do céu", tendo que se esforçar para atingir determinados objetivos!
Aqui fica o artigo:
«“… O processo de humanização começa pelo entendimento de que jamais haverá a satisfação completa. É esse o curso saudável das coisas. Se os pais boicotam esse processo, podem estar cometendo um erro.” – Jean-Pierre Lebrun
Nos últimos 30 anos, a ideia dos pais como senhores do destino dos filhos vem desabando progressivamente. As consequências disso não são necessariamente ruins, como explica o psicanalista belga Jean-Pierre Lebrun, uma das principais referências na Europa no estudo sobre mudanças nas relações entre pais e filhos. Mas, para tanto, é preciso aprender a negociar com os filhos mantendo a autoridade. Leia abaixo os principais trechos da entrevista que Lebrun concedeu à revista Veja quando no Brasil para o 3º Encontro Franco-Brasileiro de Psicanálise e Direito.
Por que os pais hoje têm tanta dificuldade de controlar seus filhos?
Jean-Pierre Lebrun:
 Isso é reflexo da perda de legitimidade. Até pouco tempo atrás, a sociedade era hierarquizada, de forma que havia sempre um único lugar de destaque. Ele podia ser ocupado por Deus, ou pelo papa, ou pelo pai, ou pelo chefe. Isso foi se desfazendo progressivamente, e o processo se acentuou nos últimos trinta anos. Hoje, a organização social não está mais constituída como pirâmide, mas como rede. E, na rede, não existe mais esse lugar diferente, que era reconhecido espontaneamente como tal e que conferia autoridade aos pais. As dificuldades para impor limites se acentuaram, causando grande apreensão nas pessoas quanto ao futuro de seus filhos.
Existe uma fórmula para evitar que os filhos sigam por um caminho errado?
Jean-Pierre Lebrun: 
É preciso ensiná-los a falhar. Uma coisa certa na vida é que as crianças vão falhar, não há como ser diferente. Quando os pais, a família e a sociedade dizem o tempo todo que é preciso conseguir, conseguir, conseguir, massacram os filhos. É inescapável errar. Todo mundo, em algum momento, vai passar por isso. Aprender a lidar com o fracasso evita que ele se torne algo destrutivo. Às vezes é preciso lembrar coisas muito simples que as pessoas parecem ter esquecido completamente. Estamos como que dopados. Os pais sabem que as crianças não ficarão com eles a vida inteira, que não vão conseguir tudo o que sonharam, que vão estabelecer ligações sociais e afetivas que, por vezes, lhes farão mal, mas tentam agir como se não soubessem disso. Hoje os filhos se tornaram um indicador do sucesso dos pais. Isso é perigoso, porque cada um tem a sua vida. Não é justo que, além de carregarem o peso das próprias dificuldades, os filhos também tenham de suportar a angústia de falhar em relação à expectativa depositada neles.
Falando concretamente, como é possível perceber essa diferença no comportamento das famílias hoje?
Jean-Pierre Lebrun: 
A mudança é visível. Na Europa, por exemplo, quando um professor dá nota baixa a um aluno, é certo que os pais vão aparecer na escola no dia seguinte para reclamar com ele. Há vinte, trinta anos, era o aluno que tinha de dar satisfações aos pais diante do professor. É uma completa inversão. Posso citar outro exemplo. Desde sempre, quando se levam os filhos pela primeira vez à escola, eles choram. Hoje em dia, normalmente são os pais que choram. A cena é comum. É como se esses pais tivessem continuado crianças. Isso acontece porque eles não são capazes de se apresentar como a geração acima da dos filhos. É uma consequência desse novo arranjo social, em que os papéis estão organizados de forma mais horizontal.
Como o senhor avalia essa mudança? Esse novo arranjo é pior do que o anterior?
Jean-Pierre Lebrun: 
Hoje os pais precisam discutir tudo, negociar o que antes eram ordens definitivas. E isso não é necessariamente algo negativo, desde que fique claro que, depois de negociar, discutir, trocar ideias, quem decide são os pais.
Essas mudanças na estrutura social podem influenciar em aspectos negativos como, por exemplo, o uso abusivo de drogas?
Jean-Pierre Lebrun: 
Não há uma relação automática. Os mecanismos pelos quais os indivíduos se tornam dependentes químicos são diversos e complexos. A psicanálise ajuda a identificar alguns deles. Vou dar um exemplo. Manter uma criança em satisfação permanente, com sua chupeta na boca o tempo todo, fazendo por ela tudo o que ela pede, a impede de ser confrontada com a perda da satisfação completa. E isso vai ser determinante em sua formação.
Mas o que essa perda tem a ver com o fato de as pessoas enveredarem por um caminho autodestrutivo?
Jean-Pierre Lebrun: 
É uma anomalia no processo de humanização. Não nascemos humanos, nós nos tornamos. Isso ocorre quando aprendemos aquilo em que somos singulares entre todos os animais que habitam o planeta. Somos os únicos capazes de falar. Não se trata apenas de aprender ortografia ou usar as palavras corretamente. Quando dominamos a faculdade da linguagem, adquirimos uma série de características muito especiais, como, por exemplo, a consciência de que somos mortais. Aprendemos a construir as pontes que levam a um entendimento superior do mundo e de nossa condição. Isso é o que nos diferencia e nos torna completamente humanos. Um desequilíbrio nesse processo pode ter consequências. É aí que entra a explicação psicanalítica para o ingresso no universo das drogas. Aprender a falar, ou tornar-se humano, é algo que não ocorre espontaneamente. É uma reação a uma perda do estado permanente de satisfação completa com a qual somos confrontados na primeira infância. Ou seja, o processo de humanização começa pelo entendimento de que jamais haverá a satisfação completa. É esse o curso saudável das coisas. Se os pais boicotam esse processo, podem estar cometendo um erro.
Com que consequências?
Jean-Pierre Lebrun: Isso faz com que estejamos cada vez menos preparados para lidar com o sofrimento da nossa condição humana. Há séculos que as drogas têm algo de paraíso artificial, como diz Baudelaire. Ou seja, uma forma de se refugiar da dor humana, da insatisfação. As drogas sempre serviram para evitar o confronto com esse sofrimento. Quanto menos você está preparado a suportar as dificuldades, mais está inclinado a se evadir, a recorrer a substâncias, sejam as drogas ilícitas, sejam as medicamentosas, para limitar o sofrimento que vai se apresentar. Com o desenvolvimento da farmacologia, essas substâncias se tornaram muito acessíveis. Isso pode criar distorções. É muito mais simples tomar uma Ritalina para não ser hiperativo do que fazer todo o trabalho de aprender a suportar a condição humana. Quando criança, a pessoa já precisa ser confrontada com a condição humana da perda de satisfação. Dessa maneira, na idade adulta, sua relação com o fim de uma paixão amorosa, por exemplo, tem maiores chances de ocorrer de maneira mais aceitável e menos traumática.
Por que as drogas têm apelo especial para os jovens?
Jean-Pierre Lebrun: 
Eles são mais sensíveis a esse fenômeno porque têm uma tendência espontânea a, quando se tornam adultos, ser novamente confrontados com as dificuldades da existência. É, de certa forma, a repetição daquilo que haviam vivenciado na infância, quando foram, ou deveriam ter sido, apresentados à ideia de perda da satisfação completa, de que não ficariam com a chupeta na boca a vida inteira, por exemplo. Se, no ambiente em que esses jovens vivem, há uma abundância de produtos que funcionam como um meio de evitar essas dificuldades, eles mergulham de cabeça. Como também veem nisso certo caráter transgressivo, todas as condições estão dadas para que eles recorram às drogas.
Costuma-se atribuir o mau comportamento dos filhos à falta da estrutura familiar tradicional, como a que ocorre após uma separação. Qual a exata influência que isso pode ter?
Jean-Pierre Lebrun: Uma família organizada de forma aparentemente harmônica não necessariamente faz de um jovem uma pessoa capaz de conviver e suportar o sofrimento inerente à condição humana. Essa capacidade pode ser pequena em famílias aparentemente realizadas, com estrutura sólida. Assim como pode ser enorme em uma família conflituosa, dividida, conturbada. Por isso, não se deve levar em conta apenas o aspecto exterior da família. O que vale é a capacidade dos pais de fazer os filhos crescer. De incutir-lhes a verdadeira condição humana. Esse é o bom ambiente familiar, independentemente do desenho que a família tenha.
O melhor mesmo, então, é aceitar que a existência é sofrida?
Jean-Pierre Lebrun: O processo é mesmo muito mais complexo do que ocorre com outros animais. Um cão nasce cão e será assim para o resto da vida. Um tigre será sempre tigre. Um humano, no entanto, precisa se tornar plenamente humano. É uma enorme diferença. Esse processo leva uns vinte, 25 anos e está sujeito a percalços. Na Renascença já se falava disso: não somos humanos, nós nos tornamos humanos.»

domingo, 3 de maio de 2015

Feliz Dia da Mãe!

Espero que todas as mães tenham passado um dia bastante feliz e, se possível, na companhia dos seus rebentos :)